quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

1978, O ANO DE UMA GERAÇÃO PERDIDA



1958 foi um ano quase perfeito para o povo brasileiro. Foi o ano em que a seleção brasileira foi campeã do mundo, João Gilberto criou a Bossa Nova, surgiu Pelé o rei do futebol, Juscelino Kubitschek fez o plano 50 anos em 5, havia o rock’ n roll, a lambreta, e eu nasci. Foi um ano muito bem retratado no livro “FELIZ 1958, O ANO QUE NÃO DEVERIA TERMINAR”, escrito por Joaquim Ferreira dos Santos. 1968, ao contrário, foi um ano terrível para o povo brasileiro. Neste ano aconteceu o último programa da Jovem Guarda com Roberto Carlos, o estudante Edson Luís foi assassinado por um policial, aconteceu a passeata dos cem mil, o Deputado Márcio Moreira Alves fez um discurso contra o regime militar e em represália os militares baixaram o Ato I - %, proibindo tudo, até respirar. Um ano muito bem descrito no livro de Zuenir Ventura, “1968 O ANO QUE NÃO TERMINOU”.

1978 pode ser considerado um ano amorfo, nem bom, nem ruim. Foi o ano em que o AI-5 acabou, a seleção brasileira de futebol terminou o campeonato mundial em 3º lugar, João Figueiredo foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, a novela Dancing’ Days bombava, a Discotheque ditava o ritmo nas pistas de dança e o Punk quebrava tudo. Infelizmente ainda não foi retratado em livro, mas eu poderia sugerir o seguinte título: “1978, O ANO DE UMA GERAÇÃO PERDIDA”.

Por que uma “geração perdida”? Por ter chegado tarde demais para uma porção de coisas e cedo demais para outras. Uma parte desta geração era idealista, lutava contra o regime vigente no país e acreditava numa revolução armada. A outra parte queria apenas dançar nas pistas das discotecas ( salões da época), se alienando e não querendo saber de nada. No final das contas, toda uma geração dançou, pagou um preço alto por ser Jovem em 1978. Até...


profdevanir.

domingo, 17 de janeiro de 2010

OS MUTANTES



Os Mutantes é uma banda que nasceu lá pelos idos da década de 60. No início ela se chamava Os Seis, porque possuíam seis componentes. Depois de algum tempo, com a saída de três pessoas foram rebatizados de Mutantes. Os três que permaneceram na banda foram: Sergio Dias, Rita Lee e Arnaldo Baptista. Eles ficaram juntos um bom tempo, o suficiente para produzirem vários álbuns fabulosos, mas como tudo que é bom acaba logo, Rita Lee e Arnaldo foram embora, deixando Serginho sozinho para levar os Mutantes a um lugar muito estranho, o mundo do Rock Progressivo.
E foram estes Mutantes que eu assisti em uma noite qualquer do ano de 1976. Um Mutantes progressivo, sem a irreverência de antigamente, com solos longos de guitarra, letras sérias. Tendo como companheiros de palco o Terço, fizeram uma homenagem emocionante aos Beatles.
Peguei poucos shows na década de 70, todos de artistas nacionais, mas conto nos dedos os que realmente me emocionaram e este foi um deles. Para mim foi o show da minha vida, ouvir dois mil malucos cantando Hey Jude juntos foi demais. Acredito que enquanto viver lembrarei desse show. Apesar de não ter mais Rita, nem Arnaldo, os Mutantes tocavam muito. Isto sem falar no Terço, talvez a maior banda de Rock Progressivo que o Brasil já teve.
Atualmente os Mutantes ensaiaram uma volta, inclusive com a gravação de um CD, mas não foi a mesma coisa. A Rita continuou sensata, não aceitou participar desta paródia. Arnaldo depois do acidente que sofreu na década de 80, nunca mais foi o mesmo. Restou Serginho, e sua vontade de que o milagre voltasse a acontecer, mas não aconteceu. O tempo não volta, nem permanece parado, ele continua sempre em frente. Até...



profdevanir.

sábado, 16 de janeiro de 2010

FUTEBOL II



Terminando o assunto futebol, vou falar um pouco dos chamados times grandes do Estado de São Paulo, ou seja, Santos FC, Sport Club Corinthians, Sociedade Esportiva Palmeiras e São Paulo FC.

Em primeiro lugar o Santos FC, nasceu no dia 14 de abril de 1912, na cidade de Santos. Foi campeão pela primeira vez em 1935, teve em suas fileiras o maior jogador de todos os tempos, Pelé. Ainda é o time brasileiro mais conhecido no exterior. Tanto que foram criados vários Santos pelo mundo inteiro.

Em segundo lugar o Corinthians, fundado no dia 01 de setembro de 1910 na capital paulista. Foi campeão pela primeira vez em 1914, é chamado de timão e tem a maior torcida do Estado. Um dos seus maiores feitos foi praticamente lotar o Maracanã, um estádio no Rio de Janeiro, com 80 mil corinthianos na década de 70.

Em terceiro lugar o Palmeiras, nascido no dia 26 de agosto de 1914, na cidade de São Paulo. Seu primeiro título foi conquistado em1920, e formou na década de 60 e 70 um esquadrão que ficou conhecido como Academia. Um dos seus maiores feitos foi vestir a camisa da seleção brasileira na década de 60 e vencer a seleção do Uruguai na inauguração do Mineirão.

Em quarto e último lugar o São Paulo FC, criado no dia 26 de dezembro de 1935, na capital do Estado. Apesar de alguns dizerem que foi antes, o seu primeiro título veio em 1943, é um time aguerrido, difícil de ser batido, sendo por muito tempo considerado de elite. Seu maior feito até o momento foi ter conquistado três Libertadores e três Mundiais.

Quatro times, quatro histórias, quatro uniformes diferentes, grandes na essência, rivais nos embates, mas unidos quando se faz necessário. Quatro torcidas fanáticas, que além de representar seus respectivos times, espelham suas características. Até...


profdevanir.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

FUTEBOL


No texto anterior, escrevi que tive o prazer de assistir o Pelé jogar. Na verdade, foram dois jogos, em nenhum ele marcou gol. No primeiro, o Santos ganhou do Corinthians de 4 X 0 e no segundo, o Corinthians ganhou do Santos de 1X0. O mais curioso disso tudo, é que embora santista, nesses dois jogos tive de ficar na torcida do Corinthians pois as pessoas com as quais eu fui eram corintianas.

Deixando o Pelé e o Santos de lado, é interessante como o futebol era visto na década de 70, pelo menos para quem tinha consciência política ou se considerava intelectual. Não como uma diversão, mas como algo alienante, um ópio para o povo brasileiro, algo usado para manipular a opinião pública. Não posso deixar de dar um pouco de razão a quem pensava assim, mas razão com limites porque tínhamos vários jogadores e técnicos com consciência do que ocorria no país. Em se tratando de técnico não se pode esquecer João Saldanha, comandante da Seleção Brasileira que a classificou para o Mundial no México em 1970> Infelizmente por causa de sua postura política e por não aceitar imposições em seu trabalho foi substituído por Zagalo que recebeu as honras da conquista do campeonato.

Entre os jogadores podemos citar Tostão, que não pôde se manifestar mais fervorosamente, Afonsinho que foi muito perseguido e Reinaldo com uma carreira encurtada por várias contusões no joelho. Provavelmente houve outros jogadores, nem tão conhecidos como estes, mas não menos importantes.

Para concluir, eu gosto de futebol desde 1968 ou 1969, nem por isso sou desprovido de consciência política. Muito pelo contrário, participei politicamente de forma ativa nas décadas de 70, 80 e 90, ultimamente ando um pouco sossegado, mais pelas circunstâncias do que pelo meu ímpeto revolucionário. Até...


Profdevanir.

O INÍCIO



Dizem que tudo tem começo, meio e fim. Que as nações têm origem, ascensão e queda. A civilização atual não é diferente, também teve começo, meio e fatalmente terá um fim.
Primeiro devo explicar o uso do nome “Dino”, sou um sujeito de 52 anos, portanto, velho pacas.Vi o Pelé jogar, assisti os Mutantes tocarem no teatro Municipal, fiz parte de uma tendência trotskysta, dei inicio a uma porção de greves na década de 70. Por tudo isto, era chamado de Dinossauro por um grande amigo que se suicidou no fim do século XX, Deusdethe, ou simplesmente Deus. Ele dizia que eu não tinha nada o que fazer no século XXI, que estaria perambulando perdido pelas cidades, sem saber onde ir. Talvez ele tivesse um pouco de razão, mas confesso que gosto desses novos tempos, desses novos rockers, e desse novo futebol. Como diz a filósofa Dalva, a fila anda, e ainda, segundo o Macaco Simão, quem fica parado é poste. Portanto, sendo um Dino ou não, eu vou em frente.
Falando em ir em frente, uma das coisas que mais gosto de fazer é andar lendo. Sim, você leu certo, “andar lendo”. Tem pessoas que andam falando sozinhas, outras andam cantando e algumas andam assobiando, eu ando lendo. Isto é uma forma de ignorar o trânsito, o barulho da cidade e até os loucos que habitam este mundo, mas na verdade também é uma forma de colocar a minha leitura em dia.Vou explicar porque. Além de um Dino, sou professor, e por isso tenho de ler livros, jornais, revistas, preparar aulas, trabalhos e etc,.. Não me sobra tempo para algumas leituras paralelas, como as revistas em quadrinhos. Portanto, só me restam às ruas, as avenidas, as calçadas para colocar esta leitura em ordem. Caso um dia desses você me encontre andando e lendo por ai, não ligue, sou tão louco quanto qualquer um, embora ainda não tenha sido descoberto. Até...

Profdevanir.